Santiago 2023 Brasil chega à 59ª medalha na natação no quarto dia do Parapan
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Após chegar à marca de mais de 100 medalhas conquistadas em três dias de Jogos Parapan-Americanos, e seguir liderando o quadro de medalhas, o Brasil começou o quarto dia de competições com seis pódios na natação, sendo quatro de ouro, uma de prata e uma de bronze, além de uma prata no tiro esportivo, totalizando sete pódios nesta manhã. A competição reúne cerca de 1.900 esportistas de 31 países até o dia 26 de novembro na capital chilena.
Com as medalhas desta manhã, o Brasil chegou a 1.468 pódios em toda a história do Parapan, ou seja, faltam 22 para a 1500ª conquista.
A natação é a modalidade responsável por 59 medalhas do total brasileiro até aqui no Parapan. Os atletas conquistaram na piscina 31 medalhas de ouro, 15 de prata e 13 de bronze. As provas de natação continuam até esta sexta-feira, 24.
Para esta edição, a delegação brasileira conta com 324 atletas, 190 homens e 134 mulheres, oriundos de 23 estados e do DF, em 17 modalidades. Desses competidores, 51 têm até 23 anos, 108 são cadeirantes, 132 são estreantes no evento continental, 72 treinam nos Centros de Referência do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e 11 disputaram o Parapan de Jovens, em Bogotá, Colômbia, no último mês de junho.
A primeira medalha da manhã desta terça-feira, 21, foi do catarinense Talisson Glock na prova dos 400m livre da classe S6 (comprometimento físico-motor), após o brasileiro registrar um tempo de 5min05s67, batendo o recorde parapan-americano que pertencia ao cubano Lorenzo Perez, de 5min14s45, conquistado em Toronto, Canadá, no dia 8 de agosto de 2015.
“Muito feliz, mais um ouro para o Brasil, obrigado pela torcida de todos”, disse Talisson Glock, 28, que perdeu o braço e a perna esquerdos após ser atropelado aos nove anos por um trem.
Na prova feminina dos 400m livre da classe S6 (comprometimento físico-motor), o Brasil conseguiu uma dobradinha no pódio e outra quebra de recorde. Laila Suzigan terminou em primeiro lugar, ficando com o ouro, após registrar um tempo de 5min32s10, batendo o recorde parapan-americano que pertencia à mexicana Vianney Trejo,de 5min38s30, conquistado em Lima, Peru, no dia 25 de agosto de 2019. A prata foi para a brasileira Mayara Petzold, com tempo de 5min51s94, e o bronze ficou com a mexicana Vianney Trejo, com 5min55s18.
“Eu estou muito feliz, é sempre uma honra representar o Brasil. No Parapan passado eu fui bronze nesta prova e ela já era a minha prova, e agora eu dei a volta por cima, fui campeã, estou muito feliz”, disse Laila Suzigan, 23, que tem paraparesia espástica hereditária.
Outra dobradinha brasileira aconteceu na prova dos 200m medley da classe SM11 (atletas cegos). Wendell Belarmino ficou com a medalha de ouro depois de registrar um tempo de 2min34s68. A prata foi para o colombiano Brayan Triana, com tempo de 2min40s00, e o bronze ficou com o também brasileiro José Perdigão, com 2min40s95.
“Mais um pódio duplo para o Brasil, mais uma vez estou dividindo o pódio com o Perdigão. Uma prova bem legal, bem divertida de nadar. O medley é uma prova, querendo ou não, muito interessante. Feliz demais em ganhar mais uma medalha para o Brasil, muito contente com o resultado”, disse Wendell Belarmino, 25, que tem glaucoma congênito.
Quatro atletas brasileiras garantiram suas vagas na final da prova dos 50m costas da classe S4 (comprometimento físico-motor). Na primeira bateria, Patrícia Santos terminou em primeiro lugar após registrar um tempo de 1min00s37. Susana Schnarndorf ficou em segundo com 1min00s45, e a mexicana Patrícia Valle em terceiro, com 1min10s06.
Na segunda bateria da prova, Lídia Cruz ficou com o primeiro lugar após um tempo de 52s66. A segunda colocação ficou com a mexicana Nely Miranda, com 54s80, e o terceiro lugar com a brasileira Edênia Nogueira, com tempo de 59s39.
Gabriel Araújo conquistou a sua segunda medalha de ouro nesta edição do Parapan. Pela prova dos 200m livre da classe S2, Gabrielzinho, como é conhecido, registrou um tempo de 4min05s05, batendo o recorde parapan-americano que pertencia ao chileno Alberto Abarza, de 4min10s06, conquistado em Lima, Peru, no dia 26 de agosto de 2019. A prata ficou justamente com o chileno, com um tempo de 4min32s94, e o bronze foi para o peruano Rodrigo Santillan, com 4min38s19.
Apesar de ter vencido seu principal adversário pela segunda vez neste Parapan, e quebrado dois recordes que pertenciam a ele em duas provas diferentes, Gabrielzinho foi muito bem recebido pela torcida presente no Centro Aquático do Parque Estádio Nacional do Chile, que gritou por ele e fez festa após o primeiro lugar.
“Eu saí bem feliz, bem emocionado porque a rivalidade eu gosto de dizer que fica só ali na piscina. O Alberto é um grande amigo, uma pessoa que eu guardo no coração, é uma honra competir e ter ele como amigo, e sair aplaudido, mesmo tendo vencido o meu principal adversário, que está em casa. Fiquei bastante feliz e emocionado por saber que mesmo eu ganhando dele, dentro da casa dele, as pessoas tem um carinho por mim e admiram o meu trabalho e meu resultado nessa prova”, disse Gabriel Araújo, 21, que tem focomelia, doença congênita que impede a formação completa de braços e pernas.