Santiago 2023 Brasil abre competição com ouro para nadadora de 15 anos Alessandra Oliveira
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A delegação brasileira conquistou suas primeiras medalhas nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, na manhã de sábado, 18. Foram 31 no total até este momento: 11 de ouro, dez de prata e dez de bronze.
O Parapan de Santiago começou oficialmente nesta sexta-feira, 17, na cerimônia de abertura. A solenidade ocorreu no Estádio Nacional. Liderados pelos porta-bandeiras Claudiney Batista e Mariana D’Andrea, os atletas brasileiros compuseram a quinta delegação a entrar no estádio. Com exceção ao tênis de mesa, que tem jogos desde quinta-feira, 16, as disputas foram iniciadas neste sábado, 18.
Para esta edição, a delegação brasileira conta com 324 atletas, 190 homens e 134 mulheres, oriundos de 23 estados e do DF, em 17 modalidades. Desses competidores, 51 têm até 23 anos, 108 são cadeirantes, 79 conquistaram medalhas em Mundiais neste ano, 132 são estreantes no evento continental, 72 treinam nos Centros de Referência do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e 11 disputaram o Parapan de Jovens, em Bogotá, Colômbia, no último mês de junho. A competição reúne cerca de 1.900 esportistas de 31 países até o dia 26 de novembro.
Entre os destaques deste sábado estão a nadadora paulista Alessandra Oliveira, 15, que iniciou sua trajetória na Escola Paralímpica de Esportes do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e foi ouro nos 100m peito da classe SB4 (limitação físico-motora).
Alessandra começou na natação por meio da Escolinha do CPB, projeto totalmente gratuito e que inicia jovens de 7 a 17 anos em modalidades paralímpicas. A atleta também já passou por outros projetos da base do CPB, como Paralimpíadas Escolares e Festival Paralímpico. Neste sábado, ela nadou os 100m peito em 2min10s54 e estabeleceu novo recorde da competição. A prata ficou com a colombiana Gabriela Oviedo (2min24s84).
“Sou da Escolinha. Acabei de nadar a minha prova principal, os 100m peito. Fui ouro e bati o recorde do Parapan. Eu venho aqui agradecer ao CPB, aos professores e à Escolinha por terem me ajudado a chegar até aqui. Eu comecei em 2018, com um sonho de nadar nas Escolares e na Seleção de jovens. Hoje, estou aqui representando o Brasil nos Jogos Parapan-Americanos”, disse a nadadora, que foi diagnosticada com vasculite aos três anos. Por isso, parte dos seus membros superiores e inferiores tiveram que ser amputados. Na mesma prova, a gaúcha Susana Schnarndorf foi bronze (2min31s64).
Além de Alessandra, mais dois nadadores subiram ao lugar mais alto do pódio no Centro Aquático do Parque Estádio Nacional do Chile, e ainda bateram recordes parapan-americanos: a mineira Patrícia Santos, nos 50m peito da classe SB3 (limitação físico-motora), e o carioca Douglas Matera, nos 100m costas da classe S12 (baixa visão).
Dentre esses pódios, o primeiro do Brasil nesta edição do Parapan, entre todas as modalidades, foi de Patrícia, 45. Medalhista no Mundial de Manchester, a mineira completou os 50m peito no tempo de 58s19, seguida pela mexicana Nely Miranda (1min02s83), medalhista de prata, e pela também brasileira Lídia Cruz (1min08s49), bronze.
“Estou muito feliz por conquistar a primeira medalha de ouro do Brasil e com a dobradinha com a Lídia”, disse Patrícia, que, após ser baleada no pescoço durante um assalto a uma casa lotérica, ficou tetraplégica.
“Acabei de ganhar o ouro nos 100m costas com o recorde parapan-americano. Estou com o corpo dolorido pelo ritmo forte da prova, mas muito feliz pela vitória”, completou Douglas, que fechou a disputa em 1min05s79. Ele nasceu com retinose pigmentar, uma mutação genética hereditária, que causa perda gradual de visão
O pódio foi completado pelo norte-americano Evan Wilkerson (1min06s81) e pelo colombiano Daniel Giraldo (1min09s17). Thomaz Matera, irmão de Douglas, ficou em quarto (1min10s23).
O Brasil ainda subiu ao pódio com a fluminense Mariana Gesteira, prata nos 50m livre da classe S10 (limitação físico-motora). A nadadora chegou a ser declarada campeã da prova. No entanto, após uma revisão da organização do Parapan, a medalha de ouro foi para a colombiana Maria Barreira, que finalizou a distância em 28s28, um centésimo mais rápido do que a brasileira.
As provas de natação continuam neste final de tarde e início de noite em Santiago. Dois brasileiros classificados às decisões bateram recordes parapan-americanos nas eliminatórias pela manhã: Samuel Oliveira, que fez 31s97 nos 50m livre da classe S5 (limitação físico-motora), e Gabriel Bandeira, que registrou 1m58s47 nos 200m livre S14 (deficiência intelectual).
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro