A portuguesa terminou a prova de 10km em águas abertas no rio Sena num percurso de 6 voltas (1666m) entre a Ponte Alexandre III e a Ponte de l’Alma, em 12.º lugar com o tempo de 2.06,17 horas.

Angélica André obteve a melhor classificação lusa em provas olimpicas de águas abertas, melhorando o 17.º lugar que havia obtido em Tóquio 2020.

O ouro foi para a neerlandesa Sharon Van Rouwendaal, campeã olímpica em Rio 2016 e prata em Tóquio 2020, com 2.03,34,20, a prata para a australiana Moesha Johnson, 2.03.39,70 e o bronze para a italiana Ginevra Taddeucci, 2.03.42,80. A brasileira Ana Marcela Cunha, campeã olimpica em Tóquio 2020, foi 4.º classificada com 2.04.15,70 e a húngara Bettina Fabian foi 5.º com 2.04.16,90.

Angélica André: «Foi uma prova em crescendo. Na parte final foi sempre para fazer o melhor resultado. Queria vingar-me de Tóquio, e eu sabia que no final estavam ali boas nadadoras, nadadores que têm grande possibilidade de ser medalhadas – e já foram – e estar numa boa posição. Chegar ao fim e dar o tudo por tudo.

No que diz respeito às condições do percurso, [hoje] ainda fecharam mais um bocado a barragem. O tempo em si não é muito importante, normalmente fazemos a prova em duas horas, aqui foi 2h05, 2h06, A corrente estava bastante forte e foi tentar gerir o esforço do princípio ao fim.

Quanto à qualidade da água tomámos as precauções necessárias. Bebi muita água, espero não apanhar nada. É esperar para ver.

Agora, vou ter umas boas férias. Foi um ciclo curto, de três anos, mas com mudanças. Conquistei algo que nunca tinha conquistado na natação, principalmente nas águas abertas. Vou repousar e quando, recomeçar, virei com vontade de querer mais.»

Daniel Viegas, DTN da FPN para as águas abertas: «A Angélica André realizou uma boa prova, e com um resultado que figura uma melhoria significativa para a história da disciplina. Ficando para já, como uma das melhores Olímpicas da Natação Portuguesa.

Com a polémica da qualidade do Rio Sena à parte, pois foi possível nadar, a prova desenrolou-se a ritmo forte desde o início, a corrente teve uma preponderância grande no desempenho das nadadoras para e para a dinâmica do pelotão.

A Angélica iniciou a prova numa posição algo resguardada e com dificuldade em subir na classficação, fruto do forte ritmo e também com as alterações de ritmo ao atravessar o rio (que embora com distância curta, provocavam depois do abastecimento, um “esticar” do pelotão).

Facto que trouxe um acréscimo de dificuldade para todas as nadadoras, nomeadamente as que não conseguiram assumir uma posição mais dianteira ao início (sim, porque todas o quiseram fazer e infelizmente não há espaço para todas).

A Angélica conseguiu lutar bem durante a 2.ª metade e, essencialmente na última volta, conseguiu ganhar muitas posições e colocar-se numa classificação meritória e de destaque.

Fica, claro, a vontade de fazer o ambicionado Top10, ou até mesmo chegar ao diploma (que ficou a uns escaços 6 centésimos), mas sem retirar a alegria de um resultado muito positivo e de excelência, com toda a sensação de dever cumprido e ainda depois de muito, muito trabalho.

A dinâmica e desfecho da prova demonstra, assim, o quão competitiva foi os 10 km e o quão imprevisível pode ser o resultado.

Parabéns, Angélica, com este resultado podemos dizer que és a Melhor Olímpica e nadadora da Disciplina de Águas Abertas.»

RESULTADOS –

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FOTO CRÉDITOS – FPN – Simone Castrovillari