Natação Feminina em Portugal: entre a igualdade de género e a disparidade histórica.
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Vinte e oito de julho de 2021. Ana Catarina Monteiro, com equipamento preto colado ao corpo, dirige-se à beira da piscina em Tóquio. Na preparação para saltar à água, a expressão é de absoluta concentração. Os óculos são calmamente ajustados à face, tal como a touca que carrega a bandeira de Portugal. Respira fundo. Está pronta. Ao ouvir soar o sinal de partida, a explosão da vida: Catarina mergulha na pista 1 com o máximo vigor. Naquela altura, a nadadora, então com 27 anos, já não era só ela própria: era o País, era a natação portuguesa. Até mais do que isso: era a natação feminina portuguesa a fazer história, com a melhor marca de sempre de uma mulher em Jogos Olímpicos.
A natação é um dos poucos desportos em Portugal – a exemplo do voleibol ou da ginástica – em que há mais mulheres do que homens na sua prática desportiva. De acordo com o último relatório publicado pela Federação Portuguesa de Natação (FPN), relativo a 2022, dos cerca de 77 mil nadadores, entre filiados e federados nas cinco modalidades aquáticas (natação pura, artística, águas abertas, polo aquático e saltos), 42 mil ou 54% são do género feminino. Uma realidade também muito próxima quando falamos de alto rendimento na natação pura, onde as mulheres são menos, mas ocupam 46,4% do espaço entre os 7.360 nadadores federados.
REPORTAGEM ESPECAL na SPORTMAGAZINE por Daniel Leal.