Nadar é uma habilidade essencial na vida para sobreviver

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A filha de Annalyn Barbier tinha apenas seis anos e não sabia nadar quando foi convidada para passar uma semana na casa de uma amiga, onde havia uma piscina. Annalyn queria que a filha fosse capaz de se salvar, caso caísse na água. Então, Annalyn, nadadora ávida, matriculou a filha em um curso perto de casa, no Brooklyn. Ela não fazia ideia de como a filha tinha medo de água.

– Ela gritou, chorou e se recusou a ir – lembrou a nadadora.  Mas eu disse a ela que havia pago pelas aulas, e que eu iria lá dar uma olhada, e saí porta fora.

Sem nunca ter ficado sozinha em casa antes, a criança a seguiu, gritando “eu te odeio” e insistindo que não entraria na piscina. Mas o treinador, que sabia lidar com casos difíceis, a levou, com outra garota igualmente aterrorizada, para a água enquanto Annalyn sentou em um lugar onde a filha pudesse vê-la.

Ambas as crianças terminaram o curso sem  incidente. Annalyn disse que a filha, hoje com 14 anos, gosta de entrar na água e nada bem o suficiente para se manter nela.

Assim como Annalyn, eu considero nadar uma habilidade essencial na vida, mais importante para sobreviver do que qualquer coisa que as crianças aprendem na escola. Mesmo se os pequenos não costumem nadar, eles devem saber como fazê-lo, porque podem cair na água a qualquer momento. Há perigos relacionados à água em qualquer lugar – não apenas nas praias públicas e privadas, mas também em lagos, lagoas, parques aquáticos e quintais equipados com as piscinas de criança.

 

Pânico transmitido

Uma criança pequena pode se afogar pouco acima de meio metro de água. A Comissão de Segurança de Produtos do Consumidor relatou que, entre 2004 e 2006, 47 crianças morreram depois de ficarem submersas em piscinas infláveis. Uma criança pequena se apoiando na borda macia de uma dessas piscinas pode, facilmente, cair de cabeça e não ser capaz de se levantar rápido o suficiente.

Mesmo que o afogamento não fosse um problema, nadar é uma atividade que exercita o corpo e pode ser praticada durante toda a vida. Minha tia de 93 anos, Eleanor Diamond, que mal pode andar, ainda dá braçadas várias vezes durante a semana em uma piscina do outro lado da rua do condomínio onde ela mora.

Um grande número de crianças não é capaz de nadar, o que explica porque os afogamentos são a segunda maior causa de mortes de crianças entre um e 19 anos.

Três anos atrás, a Academia Americana de Pediatria atualizou sua política, reforçando seu conselho de que crianças com quatro anos ou mais devem aprender a nadar, mas também acrescentando que crianças entre um e quatro anos têm menos chances de se afogarem se elas tiverem tido aulas formais de natação.

 

Exemplo olímpico

Cullen Jones, americano medalhista olímpico e recordista na natação, quase se tornou uma estatística de afogamento aos cinco anos quando foi jogado de um tobogã fechado em um parque aquático e permaneceu submerso por 30 segundos. Ele foi salvo por ressuscitação. Depois do episódio, seus pais insistiram que Jones aprendesse a nadar.

Por meio da campanha da USA Swimming, Make a Splash, Jones, que é negro, agora viaja o país encorajando crianças dessa minoria a aprender a nadar e convencendo os pais da importância de proporcionar as aulas. Os pais nem sempre são os melhores professores, especialmente para crianças que têm medo de água, embora um pai deva estar presente e visível para a criança durante as aulas.

A dica é procurar aulas que se adaptem à zona de conforto do seu filho na água. Uma criança que tenha muito medo ou fique muito nervosa perto da água pode se sair mal em turmas grandes. Uma turma pequena – ou, melhor ainda, atenção individual, pelo menos nas primeiras aulas – tem mais chances de funcionar. Certifique-se de que o treinador conheça os limites do seu filho.

As aulas geralmente começam ensinando as crianças a não terem medo da água. Elas aprendem a molhar o rosto, fazer bolhas, levantar o rosto e respirar. Elas, então, aprendem a boiar e a respirar corretamente enquanto fazem movimentos simples.

Não importa se a criança se mostra um exímio nadador, nenhuma delas é “à prova de afogamentos”, disse Jeffrey Weiss, principal autor do estatuto da Academia de Pediatria.

 

Pais de olho

É responsabilidade dos pais estabelecer regras e precauções.Nunca deixar a criança nadar sem supervisão. Um adulto que saiba nadar deve estar sempre presente e prestando atenção, não lendo um livro ou no telefone. Mesmo as crianças mais velhas que são exímias nadadoras devem ser supervisionadas ou, pelo menos, estar sempre com um amigo que seja um bom nadador.

As crianças devem ser ensinadas a nunca segurar outra criança debaixo d’água, não importa por quanto tempo.

A Academia Americana de Pediatria diz que as pessoas que supervisionam as crianças na água devem saber fazer reanimação cardiopulmonar, só para garantir. Demora apenas meio minuto para uma criança perder a consciência. As crianças também devem aprender a não alarmar ninguém sem razão – gritar por ajuda para se divertir pode significar que nenhuma ajuda vai chegar quando for realmente necessária.

FONTE GZH https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/vida/noticia/2014/01/natacao-e-o-fator-medo-4382468.html