Mais um atleta de natação da ABDA vai estudar e treinar nos Estados Unidos

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Gabriel Bozzolo conquistou bolsa para cursar Computer na Carson Newman University, no Tennessee

Mais um atleta da Associação Bauruense de Desportes Aquáticos (ABDA) conquistou bolsa de estudos para fazer faculdade no exterior. Gabriel Bozzolo, 20 anos, vai cursar Computer Science, na Carson Newman University, em Jefferson City, no Tennessee (EUA), e é o terceiro atleta da natação da ABDA a trilhar esse caminho.

Outros dois colegas da ABDA estão morando em Springfield, no Missouri. Yuri Cabral cursa Business/Economics, na Drury University, e Sophia Coleta, estuda Psicologia na Universidade Missouri State. Os três universitários seguem aliando esporte e educação. Além dos nadadores, Letícia Almeida Belo, do atletismo da ABDA, também está nos EUA, cursando Pré-Medicina na Universidade Cowley College, em Arkansas City, e competindo pela instituição.

Gabriel Bozzolo, que começou na ABDA aos 9 anos, conquistou a bolsa de estudos nos EUA graças a suas excelentes marcas nas competições no Brasil. “Tive a vontade de tentar novos desafios, sair da mesma rotina e descobrir coisas novas da vida, tanto como uma outra cultura e língua quanto uma rotina completamente diferente de treinos e de faculdade”, explica o jovem.

Nascido em Bauru, o filho de Alexandre Ricardo Bozzolo e Ana Paula Teixeira Bozzolo chegou a morar fora da cidade, mas depois retornou. Os pais sempre apoiaram o filho e incentivaram a prática da natação. “Se estou aqui e conquistei a bolsa de estudo é, definitivamente, por conta da natação, que fez eu ter essa oportunidade de vida e, claro, o clube que representei a vida toda e onde várias pessoas contribuíram de alguma forma para esse sonho se realizar e eu poder melhorar e conquistar uma bolsa”, afirma Gabriel, ao se referir à ABDA, seus técnicos e amigos.

Gabriel cursou o ensino médio em escolas particulares e foi bolsista da ABDA. Em 2021, tentou entrar na Unesp, mas não conseguiu. Persistente, estudou sozinho ao longo de todo o ano, prestou novamente o vestibular da Unesp, foi aprovado e começou a cursar Educação Física. Agora, o curso foi trancado para dar lugar ao novo sonho. Os planos para o futuro ainda estão em construção. “Por enquanto, pretendo terminar a faculdade aqui nos EUA que tem duração de quatro anos. O que acontecerá depois ainda não tenho certeza.”

Esporte e educação – Os Estados Unidos são exemplo quando o assunto é aliar esporte e educação. Por isso, o atleta seguirá com sua rotina de treinos e competições, dentro da universidade. “Sem sombra de dúvidas, o Brasil precisa melhorar nesse quisto. O apoio ao esporte aqui (EUA) é ótimo. Você só consegue uma ótima bolsa de estudos se tiver um esporte e um rendimento bom no que pratica, assim podendo alcançar mais bolsa de estudos, o que te motiva a estar cada dia melhorar no esporte”, comenta.

Para manter a bolsa com 100% de cobertura, o atleta tem que se empenhar. “Tenho que pagar somente o plano de saúde que é obrigatório aqui. Até agosto, se meu rendimento e minhas notas foram ruins, eles podem diminuir minha bolsa, pois será quando eu assinarei o contrato de 4 anos, porque eu cheguei em janeiro que aqui é no meio da temporada. Então, se eu não demonstrar evolução no esporte e nos estudos, posso perder uma porcentagem”, explica.

Rotina puxada – Segundo Gabriel, a rotina de treinos e estudos está longe de ser um empecilho e acaba sendo um estímulo. “O ponto principal é conseguir conciliar natação e estudo. Na minha opinião, no Brasil, isso se torna muito difícil. Chega um momento que você tem que decidir para qual caminho irá seguir, pois o apoio ao esporte no Brasil não chega nada perto daqui”, desabafa.

O atleta conta como é sua nova rotina, principalmente nos dias mais puxados. “Em dias de dobra, o primeiro treino é às 6h da manhã. Depois tenho aula das 8h às 14h30, pequeno intervalo e, em seguida, academia das 16h30 às 17h30. Para finalizar o dia, treino na água das 17h30 até às 19h.”

O nadador irá competir pela equipe da faculdade, mas quando estiver no Brasil, em férias do curso, poderá disputar os torneios no país pela ABDA, assim como seus colegas Sophia Coleta, Yuri Cabral e Letícia Belo.

Dificuldades a vencer – Segundo o atleta, os maiores desafios são o idioma novo e a saudade dos entes queridos. “Agora, no começo está sendo um pouco difícil, mais por conta da língua e me comunicar. Além, da saudade das pessoas com as quais eu me importo no Brasil, como família e amigos. É muito difícil estar longe e saber que você não pode encontrá-los por enquanto, mas se você quer evoluir, tudo na vida tem um preço”, reflete.

Gabriel diz que domina um pouco o inglês, mas ainda tem dificuldade com conversar com várias pessoas. “Tenho certeza que com o tempo isso irá melhorar. O pessoal aqui é muito bacana e todos me acolheram superbem. Existem mais três brasileiros que estão me ajudando muito nesse começo”.

Yuri Horta, coordenador de natação da ABDA, comemora mais uma vitória educacional na entidade. “Gabriel é um menino que é fruto do projeto. Esteve nas dependências da entidade desde as categorias mais novas, especificamente mirim. Estas conquistas são muito importantes para o projeto. Ter os atletas da ABDA se destacando a nível internacional causa um enorme impacto, não só no quesito esportivo, mas também social, pois mostra que as crianças podem sonhar e também realizar estes sonhos”, pontua.