Felipe Lima e João Gomes Junior fazem história no Mundial de Gwangju
5 anos ago 0
Prata e bronze nos 50m peito, eles se tornaram os primeiros brasileiros a protagonizar uma dobradinha no pódio em mundiais de natação em piscina longa
Foi uma cena histórica e, até então, jamais vista em campeonatos mundiais de natação de piscina longa: duas bandeiras do Brasil hasteadas simultaneamente em uma mesma cerimônia de premiação. A exemplo do que fizeram Ana Marcela Cunha, nas maratonas aquáticas, e Nicholas Santos, nos 50m borboleta, os brasileiros Felipe Lima e João Gomes Junior escreveram um capítulo inédito para a natação brasileira na disputa dos 50m peito no Mundial de Desportos Aquáticos de Gwangju.
Nesta quarta-feira (24.0) à noite na Coreia do Sul, manhã de quarta-feira no Brasil, Felipe e João, que treinam juntos no Pinheiros e dividem o quarto na vila dos atletas no Mundial em Gwangju, conquistaram as medalhas de prata e bronze na prova. Com isso, se tornaram os primeiros nadadores do país a protagonizar uma dobradinha em Mundiais em piscina olímpica (50 metros).
Em mundiais de piscina curta (25m), não olímpica, o Brasil já havia conquistado dobradinhas com Gustavo Borges e Fernando Scherer, o Xuxa, em 1993 e 1995, nos 100m livre. Nas maratonas aquáticas, Poliana Okimoto foi ouro nos 10km e Ana Marcela Cunha foi prata no Mundial de 2013, em Barcelona. No mesmo mundial, as duas também conquistaram a prata e o bronze nos 5km.
Em uma chegada emocionante, o fenomenal britânico Adam Peaty – recordista mundial da prova e único atleta em todos os tempos a fechar a distância nesse estilo na casa dos 25 segundos, com 25s95, tempo cravado no Mundial de Budapeste, em 2017 – levou o ouro, dessa vez com 26s06. Felipe terminou a prova em 26s66, três centésimos à frente de João, que cravou 26s69.
“É uma sensação inexplicável, incrível”, resumiu Felipe, ao comentar o que sentiu durante a premiação. “Estar no pódio com dois brasileiros em uma prova tão forte como essa, os 50m peito, é magnífico. E nós só estamos atrás do recordista mundial. Estou feliz com o resultado. Essas medalhas vêm para fazer história e espero que sirva de incentivo para essa garotada que está vindo nessa caminhada com a gente. Que as crianças nos vejam como referência”, continuou o nadador, de 33 anos, que chegou ao segundo pódio em Mundiais de piscina longa, depois do bronze nos 100m peito em Barcelona 2013.
“É um momento indescritível. A gente batalha muito para almejar esse resultado. Ver uma dupla bandeira do Brasil é uma parada surreal”, emendou João Gomes, beneficiado com a Bolsa Pódio do Governo Federal, e que no Mundial de Budapeste, em 2017, foi medalha de prata nos 50m peito.
Trintões fazem bonito
Na Coreia, os nadadores brasileiros provaram que, mesmo em uma competição marcada por uma nova geração de enorme talento em várias provas, nadadores com mais de 30 anos podem ser competitivos na disputa com atletas mais jovens.
Todos os três medalhistas do Brasil na natação em Gwangju têm mais de 30 anos: Nicholas Santos lidera com incríveis 39. Bronze nos 50m borboleta, ele é, disparado, o mais velho a subir ao pódio em mundiais, superando o que ele mesmo já havia feito em Budapeste, em 2017, quando aos 37 anos conquistou a prata nos 50m borboleta. Agora, João chega ao bronze com 34 anos, quase a mesma idade de Felipe, 33.
“A cada ano venho me surpreendendo mais com minha força de vontade, com a minha garra, minha determinação em busca de resultados. Disputei minha primeira Olímpiada com 30 anos, fui quase medalhista, mas Deus sabe o que faz. Logo em seguida veio um Mundial com medalha de prata (Budapeste 2017), e, depois, outro Mundial, agora com um feito inédito para o Brasil. Isso só alimenta mais a nossa vontade, não só a minha como a do Felipe, de continuar lutando”, ressaltou João Gomes, que no Rio 2016 terminou em quinto a disputa do 100m peito e teve o melhor resultado individual da natação brasileira nas Olimpíadas do Brasil.
“Isso só nos dá mais gás para treinar mais forte ainda. Agora é pensar nos Jogos Pan-Americanos para que a gente possa conquistar mais medalhas para o Brasil”, avisou Felipe Lima.
Phelps tem recorde pulverizado
Antes dos 50m peito, a final dos 200m borboleta contou com o brasileiro Leonardo de Deus, que terminou na sétima colocação, com 1min55s96. A prova teve um momento histórico e talvez o mais significativo deste Mundial na Coreia até aqui, quando o húngaro Kristof Milak, de 19 anos, quebrou com muita folga o recorde mundial da prova, que pertencia à lenda Michael Phelps e que havia sido estabelecido no Mundial de Roma, em 2009, quando o norte-americano nadou para 1min51s51. Em Roma, Phelps e os outros vestiram os super maiôs, trajes especiais que fizeram com que vários recordes caíssem e que foram banidos no fim de 2009.
Kristof Milak chegou ao ouro com o incrível tempo de 1min50s73. A prata ficou com o japonês Seto Dayla (1min53s86) e o bronze foi para o sul-africano Chad le Clos, com 1min54s15. Esse pódio, inclusive, teve uma participação brasileira, já que um dos treinadores que trabalham com le Clos, na Turquia, é o brasileiro Dellano Silva.
Mais três avançam às finais
Além das finais nos 50m peito e nos 200m borboleta masculinos, o Brasil disputou três semifinais na noite desta quarta-feira em Gwangju: 100m livre, com Marcelo Chierighini e Breno Correia; 50m costas, com Etiene Medeiros; e 200m medley, com Leonardo Santos. Marcelo e Breno foram os primeiros a nadar. Eles disputaram a segunda série da semifinal e largaram lado a lado, nas raia 5 e 6, ao lado do fenômeno norte-americano Caeleb Dressel, na raia 4.
Dressel, 22 anos, é dono de dois ouros no Rio 2016 nos revezamentos 4 x 100m livre e 4 x 100m medley e de outros sete ouros em Mundiais, conquistados em Budapeste 2017. É o atual campeão mundial dos 50m e 100m livres. Marcelo cravou 47s76 e Breno terminou a prova com 48s33. Com isso, o Brasil terá os dois atletas na final dos 100m livre, que serão disputadas na noite desta quinta-feira (25.07) em Gwangju, manhã de quinta-feira no Brasil.
Chierighini avançou com o terceiro melhor tempo e Breno, com a oitava marca. Vale ressaltar que as eliminatórias começaram com 123 nadadores em busca das oito vagas para a final. Cotado ao pódio, Marcelo tem mostrado regularidade e disputa na Coreia a quinta final seguida em grandes eventos – foi finalista nos mundiais de 2013, 2015, no Rio 2016 e no mundial de 2017.
“Estou conseguindo me manter em um nível bom, fico contente, mas ainda não peguei medalha individual”, disse o nadador, prata no mundial de Budapeste em 2017 no revezamento 4 x 100m livre. “Acho que está faltando uma medalha individual aí”, ressaltou.
“Tinha dez anos que o Brasil não classificava dois atletas para a final dos 100m livre masculino. A última vez tinha sido com o Cielo, que foi campeão em 2009, e o Nicolas Oliveira (oitavo colocado) e agora vêm eu e o Marcelinho. O Marcelo já é um cara que faz a quinta final e eu, graças a Deus, vou nadar a primeira. Espero que a primeira de muitas. Estou satisfeito de estar com ele”, frisou Breno, que foi sexto colocado no revezamento 4 x 100m livre no Mundial da Coreia, juntamente com Marcelo Chierighini, Pedro Spajari e Bruno Fratus.
A semifinal seguinte, nos 50m peito, prova não olímpica, teve a pernambucana Etiene Medeiros em ação. Ela é a atual campeã mundial da distância no estilo e nadou a primeira série com o tempo de 27s69. Avançou à final com o segundo melhor desempenho. A final de Etiene também será disputada nesta quinta à noite na Coreia, manhã de quinta no Brasil.
A prova de Etiene foi marcada por uma surpresa: a chinesa Yuanhui Fu, campeã mundial dos 50m costas em Kazan 2015, bronze no Rio 2016 nos 100m costas e dona de outras três medalhas em mundiais, não se classificou para a final após cravar apenas o nono tempo das semifinais. “Acho que na final vai ter surpresa. Não podemos pegar como referência os 100 metros que nadamos hoje (50 nas eliminatórias e 50 nas semifinais) porque é outra prova. Estou feliz e grata por estar em mais uma final”, comemorou Etiene.
Por último, Leonardo Santos, nos 200m medley, fechou a participação dos brasileiros nas semifinais desta quarta na Coreia. Ele completou a segunda série com o tempo de 1min58s99 e não se classificou para a final.
Investimento
Dos 21 atletas que nadarão no Mundial de Gwangju, 15 são beneficiados pelo Bolsa Atleta do Governo Federal. São eles: Bruno Fratus, Pedro Spajari, Luiz Altamir Melo, Fernando Scheffer, Breno Correia, Guilherme Guido, João Gomes Júnior, Leonardo Santos, Caio Pumputis, Brandonn Almeida, Diogo Villarinho, Guilherme Costa, André Calvelo, Etiene Medeiros e Viviane Jungblut. O investimento nesses atletas é de R$ 1,2 milhão por ano.
Desses 15 nadadores, dez recebem a Bolsa Pódio, a mais alta categoria do programa, voltada para atletas com chances de medalha em Tóquio 2020. São eles: Brandonn Almeida, Bruno Fratus, Diogo Villarinho, Fernando Scheffer, Guilherme Costa, Guilherme Guido, João Lucas Gomes, Luiz Altamir Melo, Pedro Spajari e Vivian
Luiz Roberto Magalhães, de Gwangju, na Coreia do Sul – rededoesporte.gov.br
Foto: Satiro Sodré/rededoesporte.gov.br
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