Elite mundial da natação em águas abertas desafia as águas do Sado em Portugal

6 anos ago 0

A elite mundial da natação em águas abertas abraça o desafio do Sado, no dia 9, na Setúbal Bay 2018, prova do circuito mundial, com uma centena de nadadores, na qual está prevista a estreia do uso de fatos isotérmicos.
A etapa sadina da FINA/HOSA Marathon Swim World Series 2018, a terceira deste circuito mundial, tem início às 16h00, a partir do Parque Urbano de Albarquel, numa organização da Federação Portuguesa de Natação em parceria com a Câmara Municipal de Setúbal e a FINA – Federação Internacional de Natação.


Cerca de uma centena de nadadores das águas abertas, incluindo os holandeses Ferry Weertman e Sharon van Rouwedaal, campeões olímpicos em título, têm a possibilidade de testar, pela primeira vez, o fato isotérmico, introduzido na modalidade através de regras definidas pela FINA.


Se a temperatura das águas do circuito de competição apresentar valores abaixo dos 18 graus, é obrigatório o uso dos fatos, mas, se oscilar entre os 18 e os 19,9 graus, a utilização será opcional. Acima dos 20 graus de temperatura, é proibida a utilização dos fatos isotérmicos.

Satiro Sodré/SSPress/CBDA

“A possível utilização do fato isotérmico vai ser uma surpresa para todos, até porque não sabemos como os atletas vão reagir”, destacou o selecionador nacional Daniel Viegas, esta manhã, em conferência de imprensa de antevisão do evento desportivo, realizada no Novotel.
Neste sentido, e atendendo a que as previsões apontam para uma temperatura de água mais fria do que o habitual, o técnico revelou que aguarda com expectativa a realização da prova, que, antecipa, “muito disputada”, resultado também da qualidade dos nadadores presentes.


Portugal está representado na competição com quatro atletas, incluindo os campeões nacionais nos dez quilómetros, Rafael Gil e Angélica André, e o campeão e o vice-campeão na distância de cinco quilómetros, respetivamente Tiago Campos e José Paula Carvalho.
Daniel Viegas explicou que para esta prova a aposta recaiu numa “equipa mais reduzida mas com mais qualidade”, naquela que será um importante momento de avaliação para o Europeu Absoluto de Glasgow, na Escócia, competição que se realiza entre os dias 8 e 12 de agosto.


Para Rafael Gil, a participação na “Setúbal Bay” é motivo de satisfação, até porque “nadar em casa dá sempre uma força maior”, revelou o nadador, que almeja um resultado entre os vinte primeiros classificados. “Estou preparado e este é o objetivo. Por isso, vamos ver o que acontece.”
O atleta luso confessou, igualmente, que aguarda a prova com expectativa uma vez que, “com a mais que provável utilização dos fatos isotérmicos, a competição vai ser uma surpresa total”.
Acrescentou que, por esse motivo, existe “alguma ansiedade”, para depois afirmar que, pessoalmente, não gosta de usar o fato.


Para Angélica André, que marca presença na “Setúbal Bay” desde 2012, o objetivo passa, igualmente, por um lugar nas vinte primeiras classificadas. “Cada prova é sempre diferente”, frisou a atleta, para depois adiantar que este ano a participação tem “trabalho apontado para o Europeu de Glasgow”.
Participam ainda, entre outros, os italianos Simone Ruffini, campeão do circuito mundial, e Rachelle Bruni, vice-campeã olímpica em título, o húngaro Kristof Razovszky, vencedor da “Setúbal Bay 2017” e detentor do recorde da etapa sadina, e a brasileira Ana Marcela Cunha, considerada pela FINA como a melhor de 2017 nas águas abertas.


Presente na conferência de imprensa, Simone Ruffini, que repete uma participação na prova setubalense, tem como objetivo “um bom momento de treino” para as competições que se avizinham.
Acentuou, igualmente, o gosto que tem em “nadar nas águas do rio Sado”.
Ana Marcela Cunha, que já venceu a “Setúbal Bay” em duas ocasiões, em 2008 e em 2014, salientou que é sempre bom voltar. “A minha primeira vitória de sempre no circuito mundial foi aqui”, recordou a atual líder da competição internacional, que espera repetir “os bons resultados” para continuar na frente.
A presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, destacou que a realização desta competição pelo décimo segundo ano consecutivo “é a prova de que tem valido a pena o investimento e o esforço feito para promover o concelho e as potencialidades na área do desporto aquático”.
Aos nadadores, que “inspiram os jovens atletas e mostram o caminho a que leva o esforço e a dedicação”, a autarca desejou “os melhores sucessos desportivos”, esperando que “o Sado continue a ser uma referência nas suas carreiras e que possa ser recordado como um dos locais no qual se obtêm resultados de excelência”.
O circuito mundial da FINA/HOSA Marathon Swim World Series 2018, com um total de oito etapas e que reúnes atletas dos cinco continentes, foi iniciado a 17 de março, em Doha, no Catar, a que se seguiu Seicheles, a 20 de maio, e, agora, Setúbal, Portugal, a 9 de junho.
Depois da prova setubalense, a maratona aquática passa por Balatonfüred, na Hungria, a 16 de junho, e segue para o Canadá, com provas no Lac St.Jean, a 26 de julho, e no Lac Megantic, a 11 de agosto. Prossegue em Chun’An, na China, a 16 de setembro, e culmina em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, a 24 de novembro.
A “Setúbal Bay” de dia 9, inclui, a par da prova principal, integrada no calendário dos 15.os Jogos do Sado, um novo evento de caráter popular, o Open Challenge FINA/HOSA Marathon Swim World Series 2018, a realizar na parte da manhã, para atletas de várias idades, com o objetivo da promoção da modalidade de natação em águas abertas.
O evento, que se realiza igualmente a partir do Parque Urbano de Albarquel, é composto por três competições abertas ao público, uma com 200 metros, com início às 09h30, outra com 600 metros, às 10h00, ambas para atletas a partir dos 10 anos, e uma outra com 1660 metros, às 11h00, para nadadores com mais de 14 anos.
Perto de meio milhar de participantes, entre simpatizantes da natação e atletas federados, estão inscritos na prova popular, número que enche de orgulho o presidente da Federação Portuguesa de Natação, António Silva. “A adesão superou todas as expectativas para esta primeira edição.”
A mesma opinião é partilhada por Luís Liberato, presidente do comité organizador da “Setúbal Bay” e membro de um comité técnico da Federação Internacional de Natação. O Open Challenge, explicou, “dá início a um novo ciclo de eventos, pelo que meio milhar de participantes é um bom arranque”.
Setúbal continua na rota da Taça do Mundo da natação em águas abertas pelo menos até 2021. “Após esse ano, depende da FINA, mas temos feito um grande esforço para manter a prova em Setúbal”, vincou a presidente da autarquia, Maria das Dores Meira, para apontar a “excelente relação” entre as entidades organizativas.
Acresce à “Setúbal Bay” o desejo de voltar a receber uma prova de qualificação olímpica, à semelhança do que aconteceu em 2012 e em 2016. “Ter a prova de qualificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 era fechar este ciclo muito bem”, afirmou o presidente da Federação Portuguesa de Natação, António Silva.

Fonte https://www.mun-setubal.pt/pt/noticia/setubal-bay-desafia-aguas-do-sado/6114