Do sonho da infância ao pódio Giovanna Diamante lidera Brasil nos Jogos Sul-americanos em Assunção
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Natação faz campanha histórica em Assunção com destaque para Gigi, com 10 pódios, e Stephanie Balduccini, com 8
Do sonho da infância ao pódio: Gigi Diamante lidera Brasil na piscina
Wander Roberto/COB
Aos 7 anos, em frente à TV, a pequena Giovanna Diamante assistiu às provas de natação dos Jogos Olímpicos de Atenas 2004. Apaixonada por natação, perguntou aos pais apontando para os competidores que via na tela: “Eu nado melhor do que eles?”.
A resposta sincera dos pais foi um balde de água fria na pequena nadadora que já se destacava nas competições da escolinha que frequentava em São Paulo. Mas plantou uma semente na cabeça de Giovanna: ela não era a melhor naquele momento, mas um dia seria.
Aos 25 anos, a atleta já colhe frutos do sonho que busca desde criança. Em Assunção, liderou a campanha histórica da natação brasileira e subiu ao pódio dez vezes (oito ouros e duas pratas), tornando-se a maior medalhista da delegação brasileira e de todos os Jogos Sul-americanos. No total, o Brasil ganhou 58 medalhas na modalidade (34 de ouro).
Para aguentar a maratona, Giovanna foi cliente assídua dos serviços de fisioterapia e massoterapia oferecidos pelo COB à beira da piscina para soltar o ombro e as costas, locais em que sente mais dor, poupou o corpo durante as eliminatórias, nadando mais devagar, e se apegou à energia do bom humor da equipe.
“Foi uma semana muito puxada. Eu estava esgotada logo no segundo dia, mas tentando me enganar que eu ia aguentar”, brinca Giovanna. “Usei o bom humor do time para aguentar. Ontem (quarta, dia 5), cheguei destruída”, conta.
A decisão de nadar dez provas no Paraguai foi natural. Giovanna se classificou para cinco disputas individuais durante o Troféu Brasil. Com seus bons resultados, ganhou o direito de nadar também cinco revezamentos. E decidiu apostar.
“Nem passou pela minha cabeça que poderia ser a maior medalhista dos Jogos. Nem estou em uma fase de treinamento que favoreça nadar 100%”, afirma.
Giovanna acredita que seu desempenho em Assunção possa trazer ainda mais atenção para a nova geração da natação feminina que se prepara para os Jogos Olímpicos Paris 2024.
Além dela, Stephanie Balduccini também voltará ao Brasil com a mala cheia de medalhas.
A jovem nadadora de apenas 17 anos conquistou oito medalhas na piscina de Assunção (sete ouros e um bronze).
“Estou feliz pelo meu resultado e pelo da Gigi. A gente se entende. Estamos um pouco cansadas, mas felizes por batermos no peito e representarmos o Brasil. Estamos sempre nadando revezamentos juntas, somos amigas, uma puxa a outra, é uma rivalidade que te empurra”, afirmou Stephanie.
Em Tóquio, ela foi a nadadora mais jovem a representar o Brasil naquela edição dos Jogos Olímpicos. Antes, já havia representado o Time Brasil nos Jogos Pan-americanos Júnior 2021 (sete ouros em sete provas) e nos Jogos Sul-americanos Júnior 2022 (oito ouros, uma prata e dois bronzes em 11 provas).
“Todas as vezes sou muito bem recebida em Missões do Time Brasil. É muito bom porque temos uma ótima estrutura e dá visibilidade para o nosso trabalho”, afirma a atleta, que também foi 10ª colocada no Mundial de natação Budapeste 2022.