Smith, 18 anos, estabeleceu dois recordes mundiais no último verão e parecia preparada para os Jogos de Tóquio. Quando eles foram adiados, ela se concentrou no que podia fazer e não no que não podia.
Pessoas de todo o mundo do esporte, de atletas a funcionários da arena, contam ao The New York Times como suas vidas mudaram durante a pandemia de coronavírus.
Regan Smith estava no auge e no momento certo para os Jogos Olímpicos de Verão de 2020. Ela teve uma temporada excelente no ano passado, ganhando o ouro no nado costas de 200 metros e no revezamento medley de 400 metros no campeonato mundial. Ela também quebrou os recordes mundiais no nado costas de 100 e 200 metros.
Agora, com os Jogos de Tóquio adiados para o verão de 2021, ela está apenas tentando terminar o ensino médio.
Smith, que vive em Lakeville, Minnesota, está terminando seu último ano e tentando encontrar novos hobbies para preencher seu tempo livre. No outono, ela está comprometida em ir para Stanford, onde treinará com Greg Meehan, o técnico da equipe de natação feminina das Olimpíadas dos Estados Unidos.
Smith voltou à piscina em 18 de maio, após uma ausência de dois meses, mas seu tempo na água foi limitado porque apenas um nadador por raia é permitido. Antes disso, ela descreveu sua rotina durante o confinamento do coronavírus.

Esta entrevista foi resumida e levemente editada para maior clareza.
P: Como você está em forma?
Smith: Sem nadar, eu apenas estava tentando trabalhar com o que tenho em minha casa. Eu tenho corrido muito. Temos uma ótima esteira para treinar. Se o tempo está bom o suficiente lá fora eu saio porém tem sido difícil aqui pois tivemos um pouco de neve, então eu corro em casa. Meu treinador tem sido realmente ótimo. Ele está me enviando alguns exercícios incríveis que posso fazer remotamente.

Como era um dia normal para você, antes do coronavírus interromper sua programação?
Segunda, quarta, sexta-feira, acordo às 8 da manhã, depois vou para a aula das 9 às 11. Só tenho duas aulas na escola, matemática e inglês. Depois, chego em casa às 11 e faço minhas tarefas escolares on-line até a hora de partir para o treinamento às 13h30. Eu pratico na piscina das 3 às 5:30 da tarde. Depois eu chego em casa, janto, faço lição de casa extra e relaxo até a hora de ir para a cama. Terças e quintas-feiras são basicamente a mesma coisa, exceto que eu tenho uma prática extra na piscina pela manhã, então meu dia começa às 4:50. Aos sábados, temos apenas um treino das 7 às 10 da manhã.

Você fez parte do clube de natação de Riptide durante a maior parte de sua carreira, e essa seria sua última chance de nadar com essa equipe antes da faculdade. Do que você mais sente falta de nadar com sua equipe?
Sinto muita falta de estar com a minha equipe do clube. Do jeito que a natação em Minnesota funciona, a temporada das meninas é durante o outono e os meninos é durante o inverno, então todos nós voltamos juntos, meninos e meninas, na primavera. Todo o nosso grupo não está realmente junto há tanto tempo. Tivemos a época do ensino médio, então metade da equipe havia sumido. Eu estava realmente ansiosa para ter minha última temporada de primavera com toda a minha equipe e todos os meus melhores amigos. A primavera foi a mais divertida para mim. Toda sexta-feira durante a primavera, muitos de nós saíam para comer fast-food e nos divertir. Eu sinto muita falta disso.

Você está decepcionada por não participar de seu baile de formatura e outros eventos em função da quarentena?
Na verdade estou assimilando bem. O que pode parecer estranho, mas com meu estilo de vida e natação, eu me acostumei a perder funções relacionadas à escola. Acho que tenho muita sorte de que meu tipo de personalidade tenha me permitido aceitar isso e entender que essa é a vida que escolhi. Eu sei que não estou perdendo. Não me sinto triste por não poder ir a um jogo de futebol ou a uma dança ou algo assim. Na minha opinião, não é como se eu não pudesse ir, estou escolhendo não ir. Estou escolhendo algo que me deixa mais feliz e com quem me divirto mais.
Com relação ao baile, meu namorado está realmente na faculdade, então ele poderia ter voltado e me levado para lá, mas eu teria preferido sair para jantar ou fazer algo divertido por conta própria. É engraçado sobre a formatura. Antes de os testes olímpicos serem cancelados, minha equipe de natação planejava fazer um treino na Flórida, e eles partiriam alguns dias antes da minha formatura. Então, eu teria perdido isso de qualquer maneira. O que parece triste, mas, na minha opinião, é isso que escolhi e é isso que quero fazer. Eu preferiria estar no treinamento da Flórida. Isto é o que eu quero para mim e para a minha vida.

Você está comprometida em começar a nadar em Stanford neste outono, após as datas originais das Olimpíadas. Quando os Jogos foram adiados, você considerou adiar a faculdade por um ano para não precisar trocar de treinador antes de Tóquio?
Sim eu fiz, na verdade. Era algo que eu realmente tinha que pensar muito. É uma grande decisão. É uma grande mudança. Tenho sorte de ter a oportunidade de frequentar uma escola incrível. Eu sei que o treinador de Stanford, Greg Meehan, será muito bom, Mike Parratto colaborou muito. Sei que será um ajuste difícil, mas acho que estou pronta. Para mim, mentalmente, acho que seguir em frente, ir para a escola e obter uma mudança de cenário e ritmo será realmente ótimo.

Como você tem passado o tempo?
Eu tenho dois cães, por isso tenho passado muito tempo com eles. Eles são ótimos para aliviar o estresse. Eu assisti muitos programas de TV. Eu amo “Stranger Things”, e vou me animar com isso, mas você só pode fazer isso tantas vezes antes de se cansar. Normalmente, apenas assisto o que estiver na TV.
Eu tenho recuperado o sono e tentado melhorar as coisas que eu não tinha necessariamente tempo quando estava mais ocupada. Por exemplo, eu era péssima em alongar depois dos treinos. Minha flexibilidade era muito ruim. Não prejudicou minha natação, mas acho que não ajudou. Eu tenho me concentrado em alongar e me soltar mais. Eu realmente não encontrei nenhum hobby super sólido. Ainda estou tentando descobrir como preencher espaço.

Por Danielle Allentuck
Oli Scarff/Agence France-Presse — Getty Images
https://www.nytimes.com/2020/05/22/sports/swimming-regan-smith.html

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