Brasil disputa final inesperada nos saltos ornamentais e termina em 12º lugar no Mundial da Coreia
5 anos ago 0
Novato em mundiais, Kawan Pereira, de 17 anos, e seu parceiro, Isaac Souza, de 20, surpreenderam ao chegar à disputa por medalhas na plataforma sincronizada
Luiz Roberto Magalhães – de Gwangju, na Coreia do Sul – rededoesporte.gov.br
Fotos: Satiro Sodré/rededoesporte.gov.br
Com um time extremamente jovem, formado por um atleta de 20 anos, Isaac Souza, e outro de apenas 17, Kawan Pereira, o Brasil surpreendeu nesta segunda-feira (15.07) na disputa dos saltos ornamentais no Mundial de Desportos Aquáticos de Gwangju, na Coreia do Sul.
A dupla disputou as eliminatórias da plataforma sincronizada masculina na tarde desta segunda em Gwangju e conseguiu uma vaga para a final da prova. Dos 17 times que iniciaram o Mundial, 12 avançaram à decisão. Kawan e Isaac chegaram à disputa de medalha com a 10ª melhor pontuação, 342.06.
Na noite desta segunda, em Gwangju, manhã de segunda no Brasil, os dois disputaram a final, aumentaram a pontuação, mas terminaram na 12ª posição, com 348.78. A prova classificou os três medalhistas para as Olimpíadas de Tóquio 2020. Os chineses Yuan Cao e Aisen Chen ficaram com ouro (486.93), os russos Viktor Minibaev e Aleksandr Bondar levaram a prata (444.60) e os britânicos Thomas Daley e Matthew Lee faturaram o bronze (425.91)
A última seletiva olímpica será no ano que vem, na Copa do Mundo, disputada em abril, em Tóquio, durante o evento-teste para os Jogos de 2020. No Japão, serão distribuídas mais quatro vagas. Somadas à vaga garantida do país-sede, serão oito times nas próximas Olimpíadas na plataforma sincronizada.
“Foi muito interessante porque foi meu primeiro Mundial adulto. Fiquei satisfeito. Dava para acertar algumas coisinhas, mas foi muito bom”, comemorou Kawan. “Competir em uma final de Mundial adulto é uma experiência totalmente nova para mim. Sei que é um nível bem alto e gostei dessa sensação. Quero repetir mais vezes”, completou Isaac.
Quem também ficou muito feliz com o resultado foi o técnico da Seleção Brasileira e presidente da Confederação Brasileira de Saltos Ornamentais (CBSO), Ricardo Moreira. “É a primeira vez que essa dupla salta internacionalmente. É uma dupla nova, com atletas jovens, e que a gente vê como promissora. O Kawan está no primeiro Mundial adulto e já chegou a uma final. O Isaac é o segundo, mas é a primeira final que pega. Então foi muito bom. A gente não esperava chegar a uma final aqui no Mundial da Coreia e fizemos isso. Foi excelente”, analisou.
Investimento
Sete dos nove saltadores que integram a Seleção de Saltos Ornamentais no Mundial de Gwangju – Isaac Souza, Kawan Pereira, Ingrid Oliveira, Andressa Mendes, Luis Felipe Moura, Luana Lira, Danielle Robles, Juliana Veloso e Tammy Galera – recebem a Bolsa Atleta do Governo Federal. O investimento nesses atletas supera R$ 140 mil por ano. No total, a modalidade conta com 25 atletas beneficiados pelo programa, com um investimento de R$ 492,9 mil ao ano.
Entenda os saltos
No Mundial de Saltos Ornamentais, o número de participantes varia de prova para prova, que são disputadas em plataforma (10 metros), trampolim de 1 metro e trampolim de 3 metros.
Em Gwangju, a média gira em torno de 50 atletas por prova. Após a fase classificatória, 18 atletas avançam para as semifinais e, desses, 12 disputam a final.
No feminino, cada atleta apresenta cinco saltos. No masculino, são seis. Nas provas individuais, os atletas só fazem saltos livres, ou seja, aqueles com alto grau de dificuldade. Durante a competição, todos devem apresentar cada um dos seis grupos dos saltos ornamentais:
Para frente: quando o atleta sai de frente para a piscina e roda para frente
De costas: quando o atleta sai de costas para a piscina e roda para trás
Pontapé à lua: quando o atleta sai de frente para a piscina e roda para trás
Revirado: quando o atleta sai de costas para a piscina e roda para frente
Parafuso: o atleta sai em qualquer sentido e, além dos mortais, executa um parafuso
Parada de mão: trata-se de um grupo que só existe na plataforma. É aquele em que o atleta “planta uma bananeira” antes de partir para o salto
Os juízes avaliam todos os aspectos dos saltos, analisando a saída, a execução e, finalmente, a entrada na água. “A entrada na água pode ser entendida como um resumo do salto”, explica Ricardo Moreira. “Em geral, quanto menos água espirrar no contato com a água, mais a entrada foi bem feita e a pontuação deve ser maior”, continua o treinador.
Há também a prova por equipe, que é diferente. Ela é disputada tanto na plataforma quanto no trampolim de 3 metros. Cada um dos dois atletas faz três saltos e o time tem que obrigatoriamente fazer três saltos na plataforma e três no trampolim.
Em Gwangju, por exemplo, o Brasil competirá na prova por equipe com Tammy Galera e Isaac Souza. Tammy fará dois saltos de trampolim e um de plataforma, enquanto Isaac fará o contrário: dois da plataforma e um do trampolim.
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