O medalhista de ouro olímpico Adam Peaty diz que pode ir ainda mais rápido e que terá como meta um novo recorde mundial de 100 metros peito nos Jogos Olímpicos do próximo verão em Tóquio

Adam Peaty diz que as circunstâncias únicas de 2020 com treinamento e competição na bolha de Budapeste na Liga Internacional de Natação podem na verdade ser o gatilho para mais um recorde mundial, enquanto ele tenta defender seu ouro nos 100m peito nas Olimpíadas de Tóquio no próximo verão.

Peaty, 25 anos, estará na Hungria por seis semanas até 22 de novembro disputando pela equipe London Roar, naquela que é sua primeira ação desde março.

Estou muito grato por podermos competir, mas não sem dificuldades quando você está em uma bolha, disse ele. Você fica muito tempo no seu quarto de hotel, mas é o que preciso para recomeçar. A primeira partida foi boa, fiquei muito impressionado com isso e é exatamente o que o esporte precisa. Tudo o que você faz é nadar, treinar, nadar, dormir, nadar. Tudo gira em torno da natação.

Isso também significa que Peaty agora está baseando seus planos olímpicos no pressuposto de que Tóquio 2021 também será um período de confinamento, com outra bolha para atletas.

Ele disse: 100 por cento, sem dúvida. Não consigo ver isso acontecendo sem que procedimentos extremos estejam em vigor como este. Há muitas vidas em risco, especialmente em Tóquio, onde a densidade populacional é tão alta e com uma população envelhecida também, é um grande risco.

“Já estou me preparando para ficar totalmente bloqueado em uma bolha e, então, chegar ao meu desempenho dessa forma. Se nos prepararmos para o pior, se algo melhor vier, já estamos vencendo”.

Ele está otimista com a perspectiva de quebrar seu próprio recorde mundial de 100 metros de 56,88, estabelecido no Campeonato Mundial em Gwangju no ano passado.

“Acredito que não foi minha final ou minha melhor forma na Coreia do Sul”, disse ele. “Sempre há algo que você pode melhorar para ir mais rápido. Eu sei que há alguns décimos ali, pelo menos porque a Coreia do Sul era bastante desafiadora em termos de comida, meio ambiente e meu espaço livre naquela época. Eu sei que posso ficar mais rápido. É apenas quando e onde e, com sorte, o quando e onde será nas Olimpíadas”.

Peaty está, no entanto, novamente descartando qualquer ação de que ele também possa tentar os 200m em Tóquio.

“Alguns dos meninos russos e australianos que são líderes mundiais são até 20 kg mais leves”, disse ele. “São 60 braçadas nas quais carrego 15 kg a mais. Isso vai ajudar nos 100m e me permite ter mais força e potência. Simplesmente se você quiser ultrapassar os limites de onde o corpo humano pode chegar nos 100m, você permanece com este peso. ”

Peaty sente que tentar os 200m seria um risco e diz simplesmente “isso não é bom o suficiente”.

Tudo isso depois de treinos durante a quarentena, mudança de metas e uma Olimpíada adiada depois que uma piscina de treinamento foi colocada em seu quintal.

No entanto, Peaty acha que a pandemia pode realmente tê-lo ajudado.

“Isso mexe um pouco com a sua mente, mas eu vi isso como uma oportunidade para melhorar. Eu fiz muito ciclismo e pesos na minha academia e coloquei muito peso, o que está ajudando agora porque eu perdi isso, mas mantive a força.”

Outra coisa pode ter ajudado. Paternidade. Peaty se tornou pai no mês passado do bebê George com sua parceira Eiri. Ele diz que isso o acalmou e deu a ele um pouco mais de perspectiva.

“Foi o melhor momento da minha vida quando o vi nascer”, disse ele. “Eu derramei uma lágrima. Eu derramei uma lágrima também quando tive que sair. Mas estou me certificando de ligar todos os dias por pelo menos uma hora e ler um livro para ele antes de ir para a cama.”

Peaty diz que seu filho bebê significa que ele vê o mundo de uma maneira diferente, mas o campeão olímpico ainda permanece totalmente focado em ter sucesso no próximo ano.

“Vivo e respiro o desempenho, exceto quando estou com minha família”, disse ele. “É quase como se você tivesse duas personalidades. Você tem sua mentalidade de desempenho e sua mentalidade de casa. Noventa por cento do tempo é uma mentalidade de desempenho e é obsessiva.

“Um vício para o objetivo de se tornar mais rápido e melhor, o que às vezes não é saudável, mas na maioria das vezes realiza o trabalho.”

Ele está prevendo boas disputas na piscina também para o Team GB, porque ele acha que eles irão para o Japão com profundidade pela primeira vez, e com outros candidatos a medalhas agora olhando para Peaty como um modelo de líder mundial.

“A cultura mudou completamente porque tivemos uma mudança de idade. Então agora sou um dos veteranos, um dos mais experientes da equipe. Eles respeitam o que você faz e sua atitude. Não há maneira fácil de se tornar o melhor atleta do mundo e muitos atletas estão percebendo isso e, por sua vez, suas performances estão melhorando ”.

Peaty reiterou seu desejo de que os centros de lazer permaneçam abertos para acesso à piscina no Reino Unido – apesar das restrições de nível três do coronavírus no norte da Inglaterra.

Peaty diz que as infecções em piscinas são extremamente baixas e insiste que as pessoas dependem dos centros de lazer para sua saúde física e mental.

O vencedor da medalha de ouro no Rio 2016 quer que o acesso do público à natação permaneça, apesar das restrições mais rígidas do governo, para que as pessoas tenham sua dose diária de preparação física.

Eu sei como um nadador o que eles colocam nas piscinas porque literalmente rasga minha pele. Quando tem cloro e salvaguardas especiais que você pode colocar em prática, você tem que fazer a pergunta, fechar os centros de lazer que já estão em dificuldades, vai realmente fazer alguma coisa?

Por Jeremy Langdon | SkySports