A marca dos investimentos federais nas conquistas brasileiras no Pan de Lima 2019
5 anos ago 0
Além do Bolsa Atleta, presente em 141 das 171 medalhas nacionais, 93 atletas que subiram ao pódio na capital peruana pertencem ao Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas
Estrutura dos clubes, material esportivo de qualidade, técnicos qualificados, apoios privados e a possibilidade frequente de intercâmbio para encarar os melhores do mundo. São muitas as variáveis para que um atleta de alto rendimento chegue ao topo de suas condições esportivas. Na face governamental, duas frentes de suporte se aliam a essa engrenagem para garantir que os principais atletas do país possam se dedicar exclusivamente à melhoria de sua performance. São incentivos que tiveram participação ativa na melhor campanha da história do país na história dos Jogos Pan-Americanos, com 171 medalhas, sendo 55 de ouro, em Lima. Com isso, o país voltou a terminar em segundo lugar no quadro de medalhas, o que não acontecia desde 1963, na edição dos Jogos realizada em São Paulo.
Na Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, o destaque é o Bolsa Atleta. O programa marcou presença em 141 das 171 medalhas nacionais. Contemplou 333 dos 485 originalmente inscritos pelo Comitê Olímpico Brasileiro. Reserva nesses atletas um investimento anual de 14,6 milhões. Mais do que isso, 424 dos atletas (87,4%) foram contemplados pelo programa ao menos uma vez em algum momento de sua carreira.
O impacto do Bolsa Atleta também pode ser medido também num quadro de medalhas separado, hipotético. A “Nação Bolsa Atleta” alcançaria o terceiro lugar no quadro de medalhas, com 43 ouros, 37 pratas e 61 bronzes. O investimento nos atletas que conquistaram medalha é de R$ 9,5 milhões.
O resultado consolida o Bolsa Atleta como o principal patrocinador individual para atletas do mundo. Desde 2005, já foram concedidas mais de 63,3 mil bolsas para 26,5 mil esportistas de todo o país. O investimento supera a marca de R$ 1,1 bilhão no período.
Atualmente, estão contemplados 6.199 esportistas com bons resultados em competições nacionais e internacionais de suas modalidades, nas categorias Olímpica/Paralímpica, Internacional, Nacional, Atleta de Base e Estudantil, e mais 277 atletas na categoria Atleta Pódio, a mais alta do programa Bolsa Atleta, onde são apoiados atletas entre os 20 primeiros no ranking mundial da modalidade ou prova específica.
Forças Armadas
Em outra frente, o Programa de Atletas de Alto Rendimento (PAAR) do Ministério da Defesa se mostrou com relevância similar. Dos 138 atletas brasileiros que faziam parte do programa, 93 subiram ao pódio na capital peruana. Com isso, estiveram presentes em 54% das medalhas nacionais. Foram 33 ouros, 29 pratas e 31 bronzes. Desse total, 82 atletas acumulam o Bolsa Atleta e o PAAR.
Os militares atletas competiram em modalidades como atletismo, natação, hipismo, esgrima, taekwondo, maratonas aquáticas, boxe, tiro esportivo, tiro com arco, triatlo, vôlei de praia, ciclismo de estrada, canoagem, basquete, pentatlo moderno, saltos ornamentais, remo, wrestling, vela e nado artístico.
O programa foi criado em 2008, numa parceria da Defesa com o então Ministério do Esporte. O conceito é fortalecer a equipe militar brasileira em eventos esportivos de alto nível. O alistamento é feito de forma voluntária, por meio de edital público. O processo de seleção leva em conta os resultados dos atletas em competições nacionais e internacionais. Dessa forma, as medalhas conquistadas ao longo da carreira de cada atleta se transformam em pontuações nos concursos para preenchimento das vagas. Atualmente, há 589 militares no PAAR.
Quando integrados ao programa, os atletas têm à disposição todos os benefícios da carreira, como soldo, 13º salário, plano de saúde, férias, direito à assistência médica, incluindo nutricionista e fisioterapeuta, além de poderem treinar em instalações esportivas militares que possibilitam o treinamento em alto rendimento, como o Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes – CEFAN, da Marinha, o Centro de Capacitação Física e o Complexo Esportivo de Deodoro (do Exército) e a Universidade da Força Aérea – UNIFA. As instalações estão entre as beneficiadas por um investimento federal de R$ 140,7 milhões em construção, reforma e adaptações de estruturas que serviram de local de treinamento para delegações nacionais e estrangeiras durante os Jogos Olímpicos Rio 2016.
Além de do cronograma convencional do alto rendimento, como as competições continentais, mundiais e os Jogos Olímpicos, as delegações militares participam com regularidade de campeonatos do Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM) e da União Desportiva Militar Sul-americana (UDMSA). Este ano, por exemplo, o Pan era visto por muitos dos atletas como preparação para os Jogos Mundiais Militares, que serão disputados de 18 a 28 de outubro em Wuhan, na China.
Novas gerações apoiadas
Além do desempenho histórico no quadro de medalhas, o Brasil saiu de Lima com ótimos resultados conquistados por atletas jovens, que dão fôlego para as disputas dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e Paris 2024. Destes atletas, muitos já são apoiados pelo Bolsa Atleta, entre eles Paulo André de Oliveira, medalha de prata nos 100m rasos do atletismo e ouro no revezamento 4 x 100m, contemplado na categoria Internacional.
No judô, os medalhistas de ouro Renan Torres e Larissa Pimenta também são patrocinados pelo Programa. Já na forte equipe da natação, que conquistou 30 medalhas no Pan, dos 35 atletas convocados, 29 são contemplados pelo Bolsa Atleta, entre eles os jovens medalhistas Brandonn Almeida, Breno Correia, Caio Pumputis, Fernando Scheffer, Guilherme Costa e Pedro Spajari.
A equipe brasileira conta ainda com “jovens veteranos”, como Hugo Calderano e Bruna Takahashi, medalhistas no tênis de mesa, com participação nos Jogos Olímpicos na bagagem, mesmo tendo apenas 23 e 19 anos, respectivamente. Como também Marcus Vinicius D’Almeida de 21 anos, medalhista no tiro com arco. Calderano e Marcus Vinicius saem de Lima com a vaga olímpica na bagagem.
A delegação brasileira já conquistou 104 vagas para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, sendo 29 delas em Lima. A preparação para a participação brasileira segue forte, com o apoio da Secretaria Especial do Esporte. As avaliações para a categoria Atleta Pódio já estão em andamento, sendo voltada aos atletas com chances de bons resultados em Tóquio.
Ciência e políticas públicas
O desempenho dos atletas brasileiros é acompanhado em tempo real por pesquisadores do Projeto Inteligência Esportiva (IE), com objetivo de avaliar a participação do Brasil na competição, bem como levantar dados que possam subsidiar o acompanhamento e a implementação de políticas públicas.
O projeto IE é uma ação conjunta entre o Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR) da Secretaria Especial do Esporte, do Ministério da Cidadania. Criado em 2013, tem objetivo de produzir, aglutinar, sistematizar, analisar e difundir informações sobre o esporte de alto rendimento no Brasil e analisar as políticas públicas para o esporte de alto rendimento.
Rededoesporte.gov.br, com informações do Projeto Inteligência Esportiva
Foto: Abelardo Mendes Jr./rededoesporte.gov.br
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